a DataPolicy preparou um post sobre o acordo entre o MERCOSUL e União Europeia para você ficar por dentro do assunto. Saiba mais!
Após mais de duas décadas de complexas negociações, o Acordo entre o MERCOSUL e a União Europeia (UE) emerge como um marco nas relações econômicas internacionais. Firmado em um cenário de crescentes barreiras protecionistas e diante da necessidade de diversificação das parcerias comerciais, o pacto reflete a busca por maior integração global.
Sua conclusão é percebida como uma conquista diplomática importante, especialmente para o Brasil, que projeta um incremento de até R$ 500 bilhões em exportações ao longo dos próximos 15 anos.
Este acordo, o mais abrangente já estabelecido pelo MERCOSUL, contempla mais de 25 capítulos que vão desde comércio de bens e serviços até compras governamentais e compromissos com o desenvolvimento sustentável.
Entre suas cláusulas mais relevantes, destaca-se a eliminação gradual de tarifas de importação para mais de 90% dos produtos comercializados entre os blocos, em um prazo máximo de 15 anos. A inclusão de medidas ambientais na Carta de Compromissos Adicionais reforça a relevância do Acordo no contexto de metas globais de sustentabilidade, em consonância com o Acordo de Paris. Leia também: Indústria também ganha com Acordo Mercosul-EU. Entenda
Potenciais Benefícios e Setores Impactados
O Acordo MERCOSUL-UE tem o potencial de beneficiar setores estratégicos como o automotivo, químico, farmacêutico e de serviços. A redução de barreiras tarifárias pode impulsionar a competitividade dos bens manufaturados brasileiros, facilitando sua inserção no mercado europeu. Além disso, o fortalecimento do fluxo de investimentos e o intercâmbio comercial representam uma oportunidade única para dinamizar a economia regional.
No entanto, a implementação do Acordo pode impor desafios importantes, sobretudo no agronegócio, que tradicionalmente enfrenta barreiras tarifárias e não-tarifárias no mercado europeu. A pressão competitiva também deve estimular as empresas locais a aprimorarem suas práticas, produtos e eficiência operacional, promovendo um ambiente de negócios mais dinâmico.
Obstáculos à Implementação
Embora o Acordo represente avanços significativos, sua ratificação enfrenta desafios políticos e institucionais. Na Europa, países como França, Polônia e Itália demonstraram resistência, citando preocupações ambientais e de concorrência em setores sensíveis. A tramitação legislativa tanto na UE quanto no MERCOSUL deve ser longa, com estimativas de até quatro anos para aprovação completa no bloco sul-americano e dois anos no europeu.
Conclusão
O Acordo MERCOSUL-União Europeia é mais do que um tratado comercial: é um indicativo da disposição dos blocos de reforçarem suas conexões econômicas e enfrentarem os desafios de um mercado global competitivo. Embora as vantagens econômicas sejam promissoras, os setores público e privado precisarão se adaptar às novas dinâmicas para maximizar os benefícios e mitigar os riscos inerentes à parceria. Com isso, o Acordo não só marca uma nova era nas relações comerciais internacionais, mas também desafia os países envolvidos a avançarem em direções mais sustentáveis e integradas no cenário global.
Foto Créditos: Ricardo Stuckert / PR.